Santa Maria

ilha de Santa Maria situa-se no extremo sudeste do arquipélago dos Açores, de que integra o Grupo Oriental. Tem uma superfície de 97,4 km² e uma população residente (gentílico:marienses) de 5578 habitantes (2001), distribuída pelas cinco freguesias que compõem o concelho de Vila do Porto, o único da ilha.

Terá sido a primeira ilha dos Açores a ser avistada, por volta de 1427, pelo navegador português Diogo de Silves. Posteriormentem em Fevereiro de 1493,Cristóvão Colombo escalou na ilha no regresso da sua primeira viagem à América.

Em nossos dias, o principal pilar de sustentação da economia da ilha é a actividadeaeronáutica, com o Aeroporto de Santa Maria e o Centro de Controlo Aéreo do Atlântico, o qual administra a FIR Oceânica de Santa Maria, uma das maiores e mais importantes regiões de informação de voo do mundo.

 

Geografia

Panorâmica da formação geológica(disjunção prismática) da Ribeira de Maloás.

Detalhe da formação geológica(almofadas e disjunções prismáticas de basalto) na ponta do Castelo.

Detalhe da disjunção prismática na ponta do Castelo.

Aspecto do barreiro da Faneca.

Ilhéu do Romeiro, baía de São Lourenço.

Localizada a cerca de 100 km ao sul da ilha de São Miguel e a cerca de 600 km da ilha das Flores, Santa Maria é a ilha mais oriental e a mais meridional do arquipélago. Fica compreendida entre os paralelos 36º 55′ N e 37º 01′ N e os meridianos 25º00′ W e 25º 11′ W. O seu formato é sensivelmente quadrangular e, sendo o comprimento máximo da respectiva diagonal de cerca de 15,5 quilómetros, entre a ponta do Castelo e a Sudeste e a ponta da Restinga, a Noroeste.[1]

Geologicamente é a mais antiga dos Açores, com formações que ultrapassam os 8,12 milhões de anos de idade,[2] sendo por isso a de vulcanismo mais remoto. Esta idade comparativamente avançada confere maturidade ao relevo e explica a presença de extensas formações de origem sedimentar onde se podem encontrar fósseis marinhos.[3]

Embora seja a única no arquipélago que não apresenta actividade vulcânica recente, também está sujeita a sismicidade relativamente elevada dada a sua proximidade ao troço final da Falha Glória(zona de fractura Açores-Gibraltar). Demonstram-no, por exemplo, os fortes sismos de Novembro de 1937 e de Maio de 1939, e a recente crise sísmica de Março de 2007.

Com apenas 97,4 km² de área emersa, apresenta forma grosseiramente oval, com umcomprimento máximo no sentido noroeste-sudeste de 16,8 km, a ilha está dividida em duas regiões com aspecto geomorfológico nitidamente contrastante:

  • Uma extensa região aplanada e baixa, ocupando os dois terços ocidentais da ilha, com umaaltitude máxima de 277 metros acima do nível do mar nos Piquinhos, com solos argilosos. A baixa altitude não permite a intercepção da humidade atmosférica, gerando um clima seco, que dá a esta região da ilha um carácter distintamente mediterrânico, em forte contraste com o resto do arquipélago. No extremo sudoeste desta zona aplainada situa-se Vila do Porto, a maior povoação da ilha (com cerca de 65% da população residente) e as freguesias de São Pedro e de Almagreira. O aeroporto de Santa Maria ocupa toda a faixa litoral oeste da ilha, aproveitando a paisagem naturalmente plana do local e a ausência de obstáculos nas suas zonas de aproximação. Na costa sudoeste, na foz das duas ribeiras que ali confluem, encontra-se uma profunda enseada onde se localiza o porto da Vila do Porto. Uma larga baía a norte, abriga o porto dos Anjos, o povoado mais antigo da ilha, e o local de desembarque dos marinheiros de Cristóvão Colombo.
  • O terço oriental da ilha é constituído por terras altas, muito acidentadas e esculpidas pelaerosão. Nesta zona situa-se o ponto mais elevado da ilha, o Pico Alto, com 590 metros de altitude, e os picos das Cavacas (491 m) e Caldeira (481 m). A intercepção da humidade dos ventos leva à formação de nuvens orográficas em torno do pico, propiciando abundanteprecipitação oculta e dando à área condições para a existência de uma vegetação rica e de alguma agricultura. Nesta região situam-se as freguesias de Santa Bárbara e de Santo Espírito, as mais férteis da ilha.

A geologia da ilha caracteriza-se pela presença de um substrato basáltico deformado por fracturas que seguem uma orientação preferencial NW-SW, no qual está intercalada uma densa redefiloniana com a mesma orientação. Intercalados nos basaltos encontram-se algumas formações de carácter traquibasáltico. Sobre estes materiais encontram-se extensos depósitos fossilíferos, incrustados em depósitos calcários de origem marinha, formados num período de transgressão em que o oceano se encontraria a cerca de 40 metros acima do actual nível médio do mar. A presença destes depósitos, únicos nos Açores, originou na ilha uma indústria de extracção de calcário e fabrico de cal, que atingiu o seu auge no princípio do século XX, encontrando-se extinta.

Os depósitos fossilíferos de Santa Maria despertaram grande interesse da comunidade científica, levando a numerosos estudos paleontológicos, desenvolvidos a partir do terceiro quartel do século XIX. Publicaram estudos sobre os fósseis da ilha, entre outros, Georg Hartung (1860),[4] Reiss (1862),[5] Bronn (1860), Mayer (1864), Friedlander (1929) e José Agostinho (1937). A importância científica dos depósitos fossilíferos levou à criação, pelo Decreto Legislativo Regional n.º 5/2005/A, de 13 de Maio, da Reserva Natural Regional do Figueiral e Prainha, incluindo oMonumento Natural da Pedreira do Campo, uma zona de particular interesse geológico.

A região ocidental da ilha está recoberta por um solo argiloso de cor avermelhada, resultante da profunda alteração de piroclastos de idade pliocénica, formados quando o clima da ilha era muito mais quente e húmido do que o actual e o nível médio do mar se situaria cerca de 100 metros abaixo do actual.[6] Nas imediações de Vila do Porto, aparecem espessos depósitos de barrovermelho que deram origem a uma importante indústria de olaria, hoje desaparecida, e à exportação de bolas de barro para Vila Franca do CampoLagoa, constituindo assim a principal matéria-prima da olaria tradicional micaelense.

A costa da ilha é em geral escarpada, atingindo os 340 metros de altura nas arribas do lugar da Rocha Alta. A ilha tem um conjunto de pontas muito pronunciadas (Ponta do Marvão, Ponta do Castelo e Ponta do Norte), demarcando algumas baías abrigadas onde aparecem praias de areias brancas (Baía de São LourençoPraia Formosa). Ao longo das costas de Santa Maria existem alguns ilhéus e rochedos de dimensão apreciável, com destaque para o ilhéu do Romeiro (São Lourenço), o ilhéu da Vila e o ilhéu das Lagoínhas.

Dada à sua baixa altitude, vegetação menos abundante e sua localização a Suste do arquipélago, a maior distância dos centros de baixa pressão que se deslocam nesta região do oceano Atlântico, – em geral de Sudeste para Nordeste, e determinantes da quase totalidade da precipitação nas ilhas açorianas -, a ilha tem um clima oceânico menos acentuado do que as demais ilhas do arquipélago, ameno e com grande insolação, aproximando-se das características do clima mediterrânico, com um Verão seco e quente, bem marcado, e um Invernosuave e pouco chuvoso. As temperaturas médias do ar oscilam entre os 14 °C e os 22 °C.

O povoamento é disperso, com as casas espalhadas por toda a ilha, formando pequenos núcleos ao longo das zonas mais ricas em água da parte ocidental e aninhadas nos vales da parte oriental. O maior povoado é Vila do Porto, à qual está ligado o complexo habitacional e cívico que nasceu em torno do aeroporto, restos da estrutura urbana da antiga base aérea americana dos tempos da Segunda Guerra Mundial. A habitação tradicional é em alvenaria de pedra, com rebocos pintados de branco, barras coloridas em torno das portasjanelas e grandes chaminés cilíndricas, fazendo lembrar as casas alentejanasalgarvias.

O relevo e a riqueza de contrastes entre a terra e o mar, a que se associa o equilíbrio arquitectónico dos povoados, conferem grande beleza à paisagem mariense.

O território da ilha constitui um único concelho, o de Vila do Porto, com uma população residente de 5 578 habitantes (2001), dividido em cinco freguesias:

História

Antecedentes

Ver artigo principal: História dos Açores

A descoberta, denominação e povoamento inicial da ilha

Monumento comemorativo do V Centenário da descoberta dos Açores, inaugurado em 15 de Agosto de 1932, em Vila do Porto. Posteriormente, em 11 de Julho de 1960, colocou-se-lhe uma Palma de Bronze, símbolo das comemorações henriquinas.

Convento de Cristo, Tomar: sede da Ordem da Cristo, a cujos quadros pertencia Gonçalo Velho.

Não estando identificada a sequência ou a cronologia do descobrimento das ilhas por Diogo de Silves em 1427, a historiografia clássica em História dos Açores refere que, no Verão de 1431Gonçalo Velho Cabral terá descoberto os ilhéus das Formigas e, no ano seguinte (1432) as ilhas de Santa Maria e de São Miguel:

Pelas informações e notícia que o Infante D. Henrique tinha destas ilhas dos Açores, tendo o dito Infante em sua casa um nobre e esforçado cavaleiro, chamado Frei Gonçalo Velho Cabral, comendador do Castelo de Almourol, que está sobre o rio Tejo, o mandou descobrir destas ilhas dos Açores a ilha de Santa Maria.[7]

O dia, mês e ano do descobrimento são referidos, do mesmo modo:

Vindo a estas Formigas, Frei Gonçalo Velho no novo descobrimento (…), não achando a Ilha fructuosa e fresca, senão estéreis e feios penedos, cuidando e suspeitando ele e a sua companhia que o Infante seu senhor se enganara, julgando aquela pobre penedia uma rica ilha, se tornaram desgostosos ao Algarve, donde partiram (…) e dando esta nova ao Infante D. Henrique, juntamente dizendo seu parecer, que não havia por este mar outras terras (…). Como na alta mente do Infante estava posta e entendida outra cousa (…) no ano seguinte [(1432)] tornou [o Infante] com rogos e com promessas (como alguns dizem) a mandar o mesmo Frei Gonçalo Velho a descobrir o que dantes não achara, dando-lhe por Regimento que passasse avante das Formigas. O qual Gonçalo Velho, tornando a fazer esta viagem (…) houve vista da ilha no dia da Assunção de Nossa Senhora, quinze dias d’Agosto do anno do Senhor, uns dizem de 1430, outros de 1456; mas isto não pode ser porque comumentte se disse e afirmou sempre, e assim se acha em algumas lembranças de homens graves desta ilha de S. Miguel, que foi achada depois da Ilha de Santa Maria ser descoberta doze anos, e se achou na era de 1444, como depois direi tratando dela; pois se esta Ilha de S. Miguel se nesta era de 444 e a Ilha de Santa Maria foi achada primeiro que ela doze anos, como todos dizem, e nunca caiu isto na memória dos homens, quem de 1444 tira doze ficam 1432, que é o ano em que se achou a Ilha de Santa Maria.” (Gaspar Frutuoso. Saudades da Terra, livro III, p. 2-6).

Mais próximo da época da descoberta, o cronista Diogo Gomes de Sintra, em 1460, referiu a ilha simplesmente como Ilha de Gonçalo Velho (“De inventione insularum de Açores“, noManuscrito Valentim Fernandes):

A mais chegada ylha dos Açores se chama Sancta Maria he ylha pequena e redonda. E tem huas baixas quasi em meo que se chamõ as Formigas por q sõ oyto bicos penedos sobre agoa.
Jaz esta ylha norte sull cõ a ylha de Sã Miguel e ha no traues 12 legoas e as Formigas quasi no meo.
Anno de 1444 mãdou ho Iffãte Dom Anrrique por capitã huu caualleyro chamado Gonçalo Velho comêdador da Ordê de Christus a pouorar esta ylha e outras, e pos a esta seu nome. s. ylha de Gonçalo Velho e despois da sua morte lhe poserõ nome ylha de Sancta Maria. Este capitã lançou nella porcos e vacas e ouelhas e cabras. E viueo nesta ylha alguns ãnos.[8]

O arranque oficial da colonização do arquipélago foi determinado por carta régia de D. Pedro (regente durante a menoridade de D. Afonso V) passada em 2 de Julho de 1439, ao mesmo Gonçalo Velho, que deveria povoar as sete ilhas então conhecidas, onde já anteriormente mandara lançar gado:

A quantos esta carta virem fazemos saber que o infante D. Henrique, meu tio, nos enviou dizer que ele mandara lançar ovelhas nas sete ilhas dos Açores e que, se nos aprouvesse, que as mandaria povoar. E porque a nós isso apraz, lhe damos lugar e licença que as mande povoar.[9]

O povoamento iniciou-se naquele mesmo ano pela ilha de Santa Maria, seguida pela de São Miguel, com famílias oriundas do Alentejo e doAlgarve. Contaria ainda com portugueses de outras partes do reino, assim como mourosjudeus e também flamengos, estes últimos por influência de D. Isabel (esposa de Filipe III, Duque de Borgonhacondessa de Flandres), irmã do infante D. Henrique.

Para incentivá-lo, a carta de 5 de Abril de 1443 concedeu a Gonçalo Velho, comendador do arquipélago, e aos moradores e povoadores das ilhas a isenção do pagamento da dízima e portagens “de todas as coisas que delas trouxerem ao reino“.

Quanto ao local do primeiro povoamento, a versão mais aceite é a de que terá ocorrido “(…) da banda Oeste, em uma curta praia de uma abra que se faz entre a ponta de terra, que se chama a praia dos Lobos e outra ponta que se chama o Cabrestante.“,[10] junto da ribeira do Capitão[11] (hoje ribeira de Santana), numa lomba onde se abriram covas de guardar trigo. Por outro lado, Frei Agostinho de Monte Alvernereferiu que esse primeiro desembarque de colonos se teria dado na ponta do Marvão, a pequena distância da atual Vila do Porto [12] e depois em São Miguel (1444).

Nesta primeira povoação terá sido erguida ainda uma igreja cuja invocação a tradição não guardou. Com os povoadores vieram frades franciscanos que, já em 1446 tinham um pequeno oratório com observância, obtendo licença da Santa Sé Apostólica por bula do papa Nicolau V, de 28 de abril de 1450. Dos nomes desses primitivos povoadores guardaram-se os de Gonçalo Anes de Semadença, Nuno Velho e Pedro Velho (sobrinhos de Gonçalo Velho e filhos de Diogo Gonçalves de Travassos e de D. Maria Álvares Cabral, irmã do descobridor), Pedro Álvares de Sernache (filho ou neto de Álvaro Anes de Sernache?), Estevão Lopes, e mestre António Catalão, pai de Genes e de Francisco Curvelo Catalão, que veio para as ilhas ensinar o cultivo e a indústria das canas de açúcar.

Novas levas significativas de povoadores para a ilha registaram-se, ainda no século XV, entre 14431445 e no ano de 1474. É seguro que estes primeiros povoadores foram portugueses oriundos principalmente do Baixo Alentejo. A patronímica das famílias marienses, aarquitectura e a estrutura do povoamento, embora este ditado pela topografia, parecem confirmar esta tese. Também é seguro que Vila do Porto foi a primeira vila açoriana a receber Carta de Foral, o qual data de 1470, constituindo-se no primeiro município dos Açores.

Grandes parcelas da floresta nativa foram derrubadas para dar lugar a terras agrícolas, nomeadamente na grande planície ocidental (onde se localiza hoje o Aeroporto), para o plantio do trigo, exportado para o continente e para as praças portuguesas no Norte d’África. Em paralelo, desenvolveu-se a horticultura, a fruticultura (figueiras, macieiras, marmeleiros, amoreiras e outras), enquanto que a vinha encontrava abrigo nas fajãs à beira mar, nos lugares de São Lourenço, da Maia, no Castelo, no Sul, na Rocha alta, em Larache, na Praia e outros.

No século XVI, Santa Maria já se dividia em três freguesias: Nossa Senhora da Assunção (Vila do Porto), Santa Bárbara e Santo Espírito, rendendo anualmente cerca de 2.500 cruzados, na forma de sizas, dízimos e vintenas. Inicia-se a extração do barro e a produção de cal,louçatelha, exportados para as demais ilhas do arquipélago, conforme o testemunho de Gaspar Frutuoso:

…há nesta ilha barro de que se faz louça vermelha, sem necessidade da de fora, e telha muito boa, que para além de bastar para a terra, se traz para esta ilha de S. Miguel muita dela. Tem também nela pedra de cal, e nela se faz não tão alva nem forte como a de Portugal e vale a seiscentos réis o moio, pelo preço mais caro. Também há gredacréalmagraareia branca com que se costuma arear e lavar o estanho.” (Saudades da Terra).

É testemunho desta prosperidade a existência, desde meados do século, de Santa Casa de Misericórdia, estabelecida em Vila do Porto.

Durante a grande fome de 1579 partiram de Santa Maria emigrantes em direção ao Brasil.

Ver artigo principal: Lagar de Diogo Santos Faleiro

Governadores e administradores da Ilha

Ver página anexa: Lista de governantes dos Açores

A ilha constituía uma Donataria, vitalícia e hereditária, regida por uma Carta de Doação e por um Foral,[13] onde eram estabelecidos os poderes do Donatário:

  • obrigação de doar sesmarias que, caso não fossem arroteadas ou cultivadas em cinco anos, revertiam para o donatário;
  • poder de coutar terrenos (para incentivar o povoamento);
  • exclusivo dos fornos de pãomoinhosatafonas;
  • estanco do sal marinho
  • nomeação de magistrados
  • arrecadação de dízimos das rendas da capitania (o capitão auferia as redízimas dessas rendas)
  • alçada de até 15 mil réis na jurisdição cível e, no crime, podia açoitar pessoas e condenar até dez anos de degredo, sem agravo nem apelação.[14]

O primeiro donatário das sete ilhas até então descobertas nos Açores foi o Infante D. Henrique, na qualidade de Mestre da Ordem de Cristo. Com a sua morte, o segundo donatário destas ilhas, por determinação de Afonso V de Portugal, foi o Infante D. Fernando. Por serem elementos da alta nobreza do reino, esses donatários instituíram nas ilhas o cargo de capitão do donatário. As ilhas das Flores e do Corvo, a seu turno, foram administradas por agentes – não capitães -, do donatário.

O cronista Gomes Eanes de Zurara informa que o Infante D. Henrique fizera “Gonçalo Velho Cabral comendador da ilha de Santa Maria e que, da ilha de S. Miguel, lhe deixara a metade dos açúcarais“, o que sugere ter sido este o primeiro capitão do donatário em Santa Maria e São Miguel. Posteriormente, uma nota à crónica de Gaspar Frutuoso ratifica-o:

Aceitando como aceitamos a carta do Infante D. Henrique a Gonçalo Velho como autêntica e dada provavelmente em 1460, e como nela se trata Gonçalo Velho por “Capitão por mim em minhas ilhas, de Santa Maria e São Miguel dos Açores“, teremos que o seu primeiro capitão nelas ambas fora Gonçalo Velho, o que de resto nos é confirmado por Frutuoso ao historiar a colonização.

O bom andamento do sistema era verificado pelos representantes do monarca, enviados a título de “alçada” ou “correição”. O corregedor fazia-se acompanhar de meirinho, escrivão e porteiro. Entre estas, destacaram-se as efetuadas no século XVI, pelos corregedores Manuel de Macedo, Francisco Toscano, Manuel Álvares e Luís da Guarda.

Ao longo do tempo, os sesmeiros passaram a contratar colonos para trabalhar as terras, mediante o pagamento de parte dos rendimentos, a chamada “dimídia”, resultando na prática no estabelecimento de um vínculo. A reunião de vários vínculos constituía um morgadio. Esse estado de coisas só seria revertido com as leis de desamortização: à época do Marquês de Pombal (1770), com a reforma de Mouzinho de Albuquerque (1832) e com a de Anselmo José Braamcamp (1863).

Na ilha existiu ainda a Comenda de Nossa Senhora da Assunção (também referida como “Comenda dos Açores”), com o respectivo hábito, instituída para recompensar alguns fidalgos da família dos Coutinho (Marialva). De acordo com o Dr. Manuel Monteiro Velho Arruda, os Comendadores foram os seguintes:[15]

  1. D. Luís Coutinho, capitão-mor das naus da Índia;
  2. D. Francisco Coutinho, herói da conquista de Túnis;
  3. D. Luís Coutinho
  4. D. Jerónimo Coutinho, defensor dos direitos de D. António, prior do Crato;
  5. Brás Soares de Sousa, por sua abnegação na guerra do Brasil;
  6. D. Francisco de Sá, por bravura nas lutas da Flandres;
  7. D. Joana de Meneses, esposa de D. Jorge Martins Mascarenhas;
  8. D. Branca Mascarenhas
  9. D. Fernando Martins Mascarenhas
  10. Luís António de Basto Baharem
  11. D. Mariana Joaquina de Basto Baharem, esposa de D. João de Lencastreconde da Lousã;
  12. D. Luís António de Lencastre de Basto Baharem, 2º conde da Lousã;
  13. D. Diogo José Ferreira de Eças e Menezes, 3º conde da Lousã.[16]

O comendador tinha o direito de receber, por intermédio de seus feitores, a pensão dos tabeliães, o dízimo dos produtos (pescarias, moendas e atafonas), e a vintena sobre o pastel e a urzela. Possuía ainda o senhorio sobre os ilhéus de São Lourenço e da Ribeira Seca. Em contrapartida, era seu o encargo de custear as congruas dos sacerdotes e todas as demais despesas para manter o culto religioso.

Piratas, corsários e razias

Monumento dos 500 anos da passagem de Cristóvão Colombo por Santa Maria (1493-1993).

Como as demais ilhas do arquipélago, desde cedo Santa Maria foi vítima de repetidos ataques e razias perpetrados por corsáriospiratas da Barbária. Já em 1480, no contexto da Guerra da Beltraneja, de uma nau Castelhana, desembarcaram cerca de quarenta homens, armados dearcabuzes, no porto da Vila. Foram rechaçados por um grupo de moradores, sob o comando do Capitão do donatário, João Soares de Albergaria, com tiros de pedreiro, na altura do Calhau da Roupa, afirmando-se que João Soares foi capturado e levado a ferros para Castela.[17]

Por essa razão Cristóvão Colombo, a bordo da Niña, foi recebido de maneira hostil pela população da baía dos Anjos, quando de regresso da viagem de descobrimento da América, em Fevereiro de1493, registando-se o aprisionamento de alguns de seus tripulantes e complexas negociações que conduziram à sua libertação por João da Castanheira, lugar-tenente de João Soares, capitão do donatário.[18]

Embora relativamente distante das rotas de navegação das naus das Índias, após uma tentativa de ataque por corsários Franceses em 1553,[19] a ilha foi assaltada por Franceses (1576),[20]Ingleses da armada do conde de Cumberland (1589)[21] e piratas da Barbária (1616[22]1675),[23]em busca de suprimentos e de valores, e que causaram a destruição de igrejas e ermidas, levaram a que a ilha fosse cercada, a partir do século XVII, por um cordão de fortificações, do qual apenas subsistem o Forte de São Brás de Vila do Porto e as ruínas do Forte de São João Baptista da Praia Formosa. As razias para a escravização de habitantes conduziram à constituição da Confraria dos Escravos da Cadeinha, destinada a reunir fundos para remir os marienses em mãos dos Muçulmanos. A Confraria, recriada em nossos dias, mantém várias actividades culturais.

Da Dinastia Filipina ao século XVIII

Quando da Crise de sucessão de 1580, que conduziu à instalação da Dinastia Filipina em Portugal, a ilha apoiou inicialmente D. António I de Portugal, o prior do Crato, na forma de dádivas e de auxílios. Entretanto, com a pressão de Filipe I de Portugal sobre os Açores, tendo o próprio Capitão do Donatário reconhecido o novo domínio, D. António declinou desembarcar em Santa Maria.[24]

Neste período, a ilha passou a depender do Governador-geral dos Açores.

Com a Restauração da Independência (1640), tendo a notícia chegado à ilha no início de 1641, a aclamação de João IV de Portugal foi celebrada com grandes festejos, em que foram gastos grossos cabedais pelo Capitão Brás de Sousa.[25]

Em 1648 partiram de Santa Maria cem casais, mais de seiscentas pessoas, a fim de colonizar a capitania do Maranhão, no Brasil.

Segundo os relatos históricos, a vida à época era bastante difícil para o povo em geral. As terras pertenciam quase na totalidade aosmorgados, contando-se na ilha, em 1664, dezasseis morgados para quinhentos fogos e mil e seiscentos habitantes:

A vida na pequena ilha açoriana era difícil e custosa. Não havia empregos, e, portanto as soldadas não chegavam para o mais elementar sustento: meia dúzia de ricaços possuía as terras de pão e de mato, as vinhas e as quintas, os gados e as alfaias: arados,carrosmoinhoslagares. Um deles punha dez carros de bois ao caminho e vinte trilhos na eira da debulha. Os trigos, moios e moios, iam por sua conta, em navios próprios, vender-se no mercado de Lisboa.” [26]

Nos séculos XVIIXVIII regista-se um declínio na produção de trigo da ilha, devido em grande parte à exaustão dos solos. Declina também a cultura do pastel e introduzem-se a do milho e da laranja. Edificaram-se ainda muitos dos templos da ilha, assim como alguns conventos. A pobreza da população continuava generalizada, visível nas habitações e na alimentação deficiente, que nos piores anos resumia-se a bolos de fetos e papas de carrilhos. A emigração para o Brasil prosseguiu, agora para as províncias do Sul, de Santa Catarina ao Rio Grande do Sul e à Colônia do Sacramento, e a ela acrescentou-se, a partir do último quartel do século XVIII, ainda em carácter esporádico, um novo destino, os Estados Unidos.

No interior da ilha extinção das últimas matas nativas, para transformá-las em terras de cultivo e em pastos, teve como consequência anos de grandes secas, sendo necessário trazer barcos com pipas de água da ilha de São Miguel, e o trigo ir a moer nas azenhas de Vila Franca do Campo.

Ao final do período foi introduzida a cultura da batata-inglesa, o que causou grande descontentamento entre a população. Continuou a exportação de cal, barro e louça para todas as ilhas do arquipélago.

As Guerras Liberais e o século XIX

Calhau da Roupa, Vila do Porto.

No contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), quando da ofensiva liberal do 7.º conde de Vila Flor (1831), setores da ilha tentaram aclamar os direitos de Maria II de Portugal, embora se receasse a reação do Governador-geral miguelista, então em Ponta Delgada. O Capitão-mor de Santa Maria chegou a fretar um navio para ir buscar auxílio de armas e munições à Regência de Angra, na ilha Terceira, mas nesse ínterim, a ilha de São Miguel já havia caído nas mãos dos liberais e, tão logo chegou a notícia, a rainha foi aclamada em Vila do Porto.

No ano seguinte, daqui partiram muitos jovens para a expedição que desembarcou no Mindelo(Julho de 1832), tendo se destacado o alferes Floriano Ferreira, condecorado com a Ordem Militar da Torre e Espada, e o graduado Francisco Baptista, tio materno do futuro presidente Teófilo Braga.

No segundo quartel do século XIX existiu um estaleiro em Vila do Porto, no Calhau da Roupa, onde eram construídas embarcações de mais de cem toneladasgalerasescunaspatachos, empregando calafates vindos de Vila do Conde.

Com o retorno dos emigrantes dos Estados Unidos, com alguns recursos, os chamados “Calafonas”[27] o ciclo da riqueza inverteu-se. A grande propriedade agrícola começou a dividir-se, de tal modo que, em 1850 existiam apenas quatro morgados para mil e cinquenta e um casais e cinco mil e seiscentos e noventa e um habitantes. Desse modo, o período é marcado por algum progresso em termos de agro-pecuária, com a introdução de novas raças de gado bovino, a melhoria das pastagens e a introdução de novas e variadas plantas, hortenses e frutícolas, do que resultou uma nova fase de progresso e riqueza para a maioria da população.

No tocante à cultura da vinha, cujas cepas eram originárias da Europa e da Madeira, à semelhança do que ocorreu no restante do arquipélago, a segunda metade do século foi marcada pelos ataques do oídio (“Uncinula necator“) e da Filoxera, sendo necessário substituí-las pela variedade americana, passando-se a produzir o chamado vinho de cheiro. No plano demográfico, continuou a emigração para o Brasil e os Estados Unidos, iniciando-se um novo fluxo, agora para as ilhas do Havai, em viagens que duravam seis meses. Em termos urbanísticos, foram abertas as principais estradas que passaram a ligar as freguesias, assim como construído o cais de Vila do Porto, único porto comercial da ilha, cujas obras se iniciaram em 1874[28]. À introdução de novas culturas agrícolas e à ampliação da rede viária na ilha liga-se o nome do morgado Laureano Jorge Pinto da Câmara Falcão, enquanto deputado às Cortes de Lisboa.

No plano cultural, publicam-se em 1885 os primeiros periódicos na ilha: o “O Mariense” (9 de Abril) e o “Corrreio Mariense” (3 de Outubro).[29]

Na última década do século inicia-se a caça à baleia nas águas da ilha, com baleeiros oriundos de Cabo Verde.

O século XX

Pico Alto: monumento aos mortos do vôo 1851.

Em 1901 a ilha recebeu a visita de Carlos I de Portugal e sua esposa, a rainha D. Amélia. Entretanto, graças à grande propaganda do Partido Republicano Português, a primeira Câmara Municipal Republicana foi a de Santa Maria, eleita em 1908, ainda em plena Monarquia.

Em 1909 foi inaugurada na ilha a telegrafia sem fios, instalada no posto-rádio da Faneca, na gestão municipal de Januário de Figueiredo. Terá sido este autarca o primeiro mariense a enviar um telegrama, saudando as autoridades em Lisboa. Segundo outras fontes, o primeiro telegrama terá sido enviado pelo sr. João de Morais à sua esposa (FERREIRA, s.d.:220).

Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, a ilha passou a acolher, já ao final do conflito, muitos náufragos, vítimas dos ataques de submarinos alemães, com destaque para os do NRP Augusto de Castilho, episódio recordado pelo padrão erguido no terrapleno do forte de São Brás em Vila do Porto.

Em 1932 foi erguido o padrão comemorativo do “V Centenário do Descobrimento Oficial de Santa Maria”, na praça Nossa Senhora da Conceição, em Vila do Porto.

A ilha recebeu a visita do presidente, Marechal Carmona, em 1941. O Aeroporto de Santa Maria, iniciado em 1944, ao final da Segunda Guerra Mundial, foi inaugurado a 26 de Julho de 1945, tendo transitado para a gestão do Estado português a 2 de Junho de 1946. Foi também apenas na década de 1940 que a ilha foi ligada por telefone à vizinha ilha de São Miguel.

década de 1950 na ilha foi marcada pela tragédia do navio de cabotagem inter-insular “N. M. Arnel“, da Empresa de Navegação Insulana. Na madrugada do dia 18 de Setembro de 1958, cerca de 5:30h, a embarcação encalhou no baixio dos Anjos. Encontravam-se a bordo 138 passageiros e 25 tripulantes, tendo o pânico resultante causado a morte de 14 pessoas.[30]

Poucos anos mais tarde, um outro acidente marítimo marcou Santa Maria: o encalhe, na ponta do Marvão, do petroleiro norueguês “Velma”. A embarcação, fretada pela Mobil Oil, transportava da América Central onze milhões de litros de combustível para aviação (JP-1), para abastecimento do Aeroporto de Santa Maria. A 1 de fevereiro de 1961, a embarcação encalhou num baixio à entrada do porto de Vila do Porto, pelo lado da ponta do Marvão. Esperou-se que com a subida da maré o navio viesse a soltar-se, o que não aconteceu, permanecendo este com a popa sobre a baixa. Dias mais tarde, a 18 de Fevereiro de 1961[31], com mau tempo, a embarcação começou a derramar óleo no mar, vindo a partir-se em duas. A tripulação, de 45 homens, foi evacuada sem incidentes. Foram recuperados apenas cerca de 300 a 400 mil litros de combustível: o restante perdeu-se no mar. Diante do risco à navegação causado pelos destroços, grande parte dos mesmos foi desmantelado e removido nos anos seguintes, por uma empresa que exportou a sucata que conseguiu recuperar.[32]

A ilha foi palco ainda, em 8 de fevereiro de 1989, do maior acidente da história da aviação no país, com uma aeronave Boeing 707, que se chocou contra o Pico Alto, tendo perecido 144 pessoas, sem sobreviventes.

O século XXI

Em 2007 foi inaugurada na ilha uma base operacional da Agência Espacial Europeia (ESA).

Economia

Antigo Quonset hut, erguido pelas forças  dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.

Antigo caça Fiat G.91 da FAP.

Em linhas gerais, a economia da ilha seguiu os ciclos típicos da evolução da base produtiva açoriana. Periférica em relação ao arquipélago e às rotas atlânticas da volta do largo, a ilha esteve excluída das grandes rotas comerciais, dedicando-se quase exclusivamente à agricultura, inicialmente centrada no plantio de cana-de-açúcar e produção de açúcar. Sem condições de concorrer com os açúcares do Brasil a partir de meados do século XVI, desenvolveram-se em seguida as culturas de trigopastel até ao século XVII, que por sua vez deram lugar à de milho e de laranja, que – com o fim dos morgadios – recaiu em uma agricultura de subsistência assente numa produção cerealífera relativamente pobre, nalguns vinhedos aninhados nas zonas mais abrigadas da ilha e, naquilo em que a ilha difere do resto das demais do arquipélago, numa importante produção de cal e extração de barro. Este último deu origem a uma indústria local de olaria, além de abastecer as olarias de São Miguel e outras ilhas.

Ao contrário da generalidade das outras ilhas, a criação de gado e a produção de lacticínios nunca chegou a dominar a economia local. Ainda assim, a agropecuária constitui a base da economia rural do concelho, onde a área agrícola ocupa 47,6% do território. A actividade é praticada em pequenas explorações, destacando-se as culturas forrageiras, os prados e as pastagens permanentes. Em termos de pecuária o rebanho da ilha é essencialmente voltado para a pecuária de corte, formado pelas raças CharolaisLimousin.

A ilha apresenta uma baixa densidade florestal, com apenas 19 hectares de área florestada de produção, salientando-se as plantações de criptoméria nas faldas do Pico Alto. As zonas de matas são dominadas pelo incenso (“Pittosporum undulatum“), zimbros (“Juniperus“) e loureiros.

pesca também é factor importante na vida da ilha, embora claramente secundário em relação à actividade aeronáutica, ao turismo e à agropecuária.

Quanto ao setor secundário, embora no passado tenha existido além de uma indústria decerâmica utilitária, uma indústria de processamento de cetáceos (a Fábrica da Baleia do Castelo) e outra de tunídeos (a Fábrica de Conservas Corretora), é de referir a existência de algumas serrações de madeira, fabrico de blocos e de panificação.

No setor terciário, a ilha conta com artesanato, comércio e serviços, embora essencialmente voltados para o turismo. Neste último segmento, as principais actividades e atracções consistem na prática de desportos náuticos, nomeadamente windsurfvelaesqui aquático,surfepesca recreativadesportivamergulhocaça submarina. Para estes últimos, as águas da ilha oferecem sargos, vejas, pargos,garoupas, bodiões, cavalasanchovas, bicudas e serras. Também é possível fazer praia, passeios e caça ao coelho.

A ilha conta com várias unidades hoteleiras, de turismo de habitação e de turismo rural. Os circuitos pedonais e miradouros da ilha encontram-se bem sinalizados, permitindo ao visitante usufruir tanto das paisagens naturais quanto das informações sobre o meio-ambientedas áreas protegidas na ilha.

A inauguração da Marina de Vila do Porto (2008) aumentou o potencial turístico, nacional e internacional, da ilha.

A recente decisão da Agência Espacial Europeia (ESA), de instalar uma estação de rastreio móvel de satélites na ilha veio reacender o debate sobre o futuro da ilha, hoje dependente quase exclusivamente das actividades aeronáuticas.

Cultura e tradições

Imagem do Senhor Santo Cristo (Vila do Porto, 2008).

Como nas demais ilhas açorianas, uma das actividades culturais mais marcantes são as celebrações do Divino Espírito Santo, que remontam ao início do povoamento e ao papel de destaque que a Ordem de Cristo e os Franciscanos tiveram na vida religiosa do arquipélago. As festividades incluem a coroação de uma ou mais crianças, em que o “Imperador” usa um ceptro e uma coroa de prata, símbolos do Espírito Santo, culminando com uma grande festa no sétimo domingo depois da Páscoa, o domingo de Pentecostes. Na ocasião são realizados os “Impérios” em honra do Espírito Santo, quando são distribuídas gratuitamente as chamadas “sopas”, cozinhadas segundo as antigas tradições.

Para além desta festa, celebrada em todas as freguesias, decorre em Vila do Porto a celebração do Senhor Santo Cristo dos Milagres.

15 de Agosto ocorrem as festividades em homenagem à padroeira, Nossa Senhora da Assunção.

Ainda no mês de Agosto, geralmente no último fim-de-semana, realiza-se desde 1984, na praia Formosa, o Festival Maré de Agosto, um dos mais concorridos do arquipélago, e que conta com atrações musicais nacionais e internacionais.

No Verão, a praia Formosa e praia de São Lourenço são as mais concorridas não apenas pelos banhistas como também para a prática de desportos náuticos.

A temporada encerra-se com a festa da Confraria dos Escravos da Cadainha, nos Anjos, no mês de Setembro.

A nível de artesanato destacam-se a confecção de louça e de outras peças de olaria em barro vermelho (cuja tradição atualmente se procura recuperar), as camisolas de  feitas manualmente, as mantas de retalhos coloridas e os panos de linho, os chapéus de palha, os cestos devime e vários objectos em madeiraferro. Além de diversas cooperativas de artesãos, a ilha conta com um museu para expor o aspecto histórico e cultural desta produção: o Museu de Santa Maria, localizado na freguesia de Santo Espírito.

gastronomia da ilha é rica, destacando-se o caldo de nabos, o bolo na panela, a caçoila, o molho de fígado, a sopa e a caldeirada depeixe. Entre os mariscos citam-se o cavaco, as lapas e as cracas. No campo da doçaria, citam-se os biscoitos encanelados, os de orelha, os brancos, os de aguardente e as cavacas. Entre as bebidas, o vinho de cheiro, o vinho abafado, o abafadinho, os licores de amora, de leitee a aguardente, são típicos.

Lendas tradicionais

As principais lendas da ilha, tradicionalmente passadas de geração a geração, são:

  • Lenda da descoberta da ilha de Santa Maria
  • A Ilha Encantada – sobre uma ilha que, de sete em sete anos, surgia no Poente, podendo-se ver detalhes como os das pessoas àsjanelas das casas e as suas roupas estendidas a secar.
  • A Cruz dos Anjos – ligada à construção da Ermida dos Anjos.
  • O Canavial dos Piratas – também ligada à Ermida dos Anjos: quando de um desembarque de piratas mouros, um canavial brotou miraculosamente, ocultando a ermida da vista da vista deles, que desse modo foi poupada.
  • O pirata Bei – ligada às incursões de piratas mouros à ilha, em busca de víveres, riquezas e escravos.
  • Lenda da Sereia da Praia – sobre um pescador que se apaixona por uma sereia na praia. Capturada, perde as guelras e os atributos de sereia por meio de um esconjuro feito pelo pescador, adquirindo a forma humana e sendo então por este desposada.
  • O Távora – sobre um indivíduo ligado à Casa dos Távoras, na ilha refugiado à perseguição do Marquês de Pombal, cujo esqueleto foi encontrado entaipado em um antigo solar em Vila do Porto.
  • O Ermitão – acerca de um indivíduo que teria vivido na furna de Santana, afamado por curar impingem e cobrelo com benzeduras e mezinhas.
  • O Tesouro – que justifica a mancha caliçada, que se avista no rochedo de Malbusca, como a porta de um grande tesouro ali escondido à época dos Castelhanos.
  • A furna do Santo Cristo – alusiva ao achamento de uma imagem do Santo Cristo, depois conduzida em procissão para a Igreja da Misericórdia.
  • A furna de Sant’Ana – alusiva à invasão de piratas da Barbária em 1616
  • Lenda da Donzela Encantada da ilha de Santa Maria

Património edificado

Farol de Gonçalo Velho na ponta do Castelo.

Convento de S. Francisco em Vila do Porto.

Monumento aos mortos da I Guerra Mundial no Forte de São Brás.

O património edificado da ilha é constituído por uma ampla varidade de exemplares, de vários tipos – públicos e particulares, civis, religiosos e militares -, protegidos e valorizados por sua importância histórico-cultural. Por ter sido a primeira ilha do arquipélago a ser povoada, é o local onde se encontram os mais antigos vestígios dessa ocupação, usufuindo adicionalmente da vantagem de, por não estar tão sujeita a sismos ou erupções vulcânicas, não registrou ao longo dos séculos perdas por essas causas. Entre os principais exemplares, relacionam-se:

Arquitetura civil

Arquitetura militar

Arquitetura religiosa

Património natural e ambiental

Categoria Reserva Natural

  • Reserva Natural dos Ilhéus das Formigas
  • Reserva Natural do Ilhéu da Vila

Categoria Monumento Natural

Categoria Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies

  • Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies da Costa Sudoeste
  • Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies da Ponta do Castelo
  • Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies da Baía do Cura
  • Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies do Pico Alto

Categoria Área de Paisagem Protegida

Categoria Área Protegida de Gestão de Recursos

  • Área Protegida de Gestão de Recursos da Baía de São Lourenço
  • Área Protegida de Gestão de Recursos da Costa Norte
  • Área Protegida de Gestão de Recursos da Costa Sul

Reservas Florestais de Recreio

Outros pontos de interesse

Património Arqueológico Subaquático (naufrágios ao largo de Santa Maria)

  • 1576 (6 de Março) – Nau “La Concepción”, em torna-viagem de Santo Domingo. O seu capitão, Bartolome de Espinar, fez naufragar a embarcação para cobrar o seguro. Fonte: AGI: Contratación 5105. Lisboa, 6 de março de 1576.
  • 1591 – “La Campechana”. Fonte: AGI: Contratación 2899, 5108, 5109 e 5187 Indiferente 1101 e 1969.
  • 1606 – “La Gracia de Dios”, em torna-viagem de Nueva España. Capitão Alonso Valenzuela. Fonte: AGI: Indiferente 1122.
  • 1606 – navio de aviso espanhol.
  • 1633 – “S. Antonio y Buena Esperanza”, em torna-viagem de Nueva España. Capitão Francisco de Goycoechea. AGI: Consulados, legajo 466: Sevilha, 5 de setembro de 1633.
  • 1634 (16 de Maio) – Caravela “Santo António” da Carreira da Índia.
  • 1693 – Nau “Santo Christo Caravaer”.
  • 1706 – “Nuestro Señor y San José”, em torna-viagem de Tierra Firme. Dono o Consulado de Cargadores. 100 toneladas. AGI: Contratación 2901.
  • 1859 (Novembro) – Patacho “Falcão”, da ilha de São Miguel, desfaz-se de encontro aos rochedos.
  • 1864 (Março) – embarcação anónima sofre um incêndio, afundando-se quase de imediato.
  • 1871 (13 de Novembro) – vapor espanhol “Canarias”, encalha, incendeia-se e explode, a 50 metros da costa na baía da Praia Formosa.
  • 1888 (29 de Janeiro) – barca norueguesa “Saga”, provinda da Jamaica, naufraga em Vila do Porto.
  • 1958 (19 de Setembro) – navio de cabotagem inter-insular “N. M. Arnel” encalha no Baixio dos Anjos.
  • 1961 (18 de Fevereiro), petroleiro norueguês “Velma” encalha na ponta do Marvão, partindo-se o casco, posteriormente, em dois.

Notas

  1. ? Roteiro da Costa de Portugal: arquipélago dos Açores (2a. ed.). Lisboa: Ministério da Defesa Nacional; Marinha; Instituto Hidrográfico, 2000.ISBN 972-8486-09-X
  2. ? França et al., Geologia dos Açores: Uma Perspectiva Actual. Ponta Delgada: Sociedade Afonso Chaves, 2005. p. 21.
  3. ? Entre estes referem-se dois que pertencem às jazidas Plistocénicas, com cerca de 117-130 mil anos, e que foram encontrados recentemente nas jazidas da Prainha e Lagoinhas. Um terceiro registo foi encontrado na Ponta do Castelo, numa jazida com cerca de 5 milhões de anos (final do Miocénico – início do Pliocénico), durante a expedição científica VI international Workshop “Palaeontology in atlantic islands“, que decorreu naquela ilha entre 1928 de Junho de 2009.
  4. ? Hartung, Georg, Die Azoren in ihrer äusseren Erschreinung und nach ihrer geognostischen Natur geschildert, Engelman Verlag, Leipzig, 1860.
  5. ? Reiss, W., Mitteilungen über die Tertiären Schicten von Santa Maria, der südlischten der Azoren, und ihre organischen EinschlüsseNeues Jahrgang Miner. Geogn. Geol. Petrefakt, 1-22, 1862.
  6. ? França et al.idem, pág. 35.
  7. ? Gaspar FrutuosoSaudades da Terra, livro III.
  8. ? Manuscrito Valentim Fernandes.
  9. ? ANTT. Chancelaria de D. Afonso V, Liv. 19, fl. 14.
  10. ? Gaspar Frutuoso. Saudades da Terra.
  11. ? Jaime de Figueiredo. Rosas de Santa Maria.
  12. ?Crónicas da Província de São João Evangelista“.
  13. ? Ignora-se o paradeiro do foral de Santa Maria, possívelmente perdido em um dos diversos assaltos de corsários a Vila do Porto, ou quando do incêndio do Convento de São Francisco. Do mesmo modo, desconhece-se o local do pelourinho da vila, geralmente uma coluna de pedra, erguida diante do edifício da Câmara Municipal e cadeia.
  14. ? Ao soberano reservavam-se, na alçada cível, certos direitos à época referidos genericamente como “direitos reais” e, na criminal, a decretação das penas de talhamento de membros e da de morte.
  15. ? VELHO ARRUDA, Manuel Monteiro. A Comenda de Santa Maria da Assunção da ilha de Santa Maria. Os comendadores (subsídios para a sua história). in Insulana, Ponta Delgada, I, 2: 1-177. 1944.
  16. ? Este último, por alvará de 30 de Junho de 1853, organizou e regularizou as côngruas dos párocos e necessidades dos cultos nas igrejas da Comenda, assim como ordenou a criação do curato [[wikt:sufragâneo|]] da matriz, na Almagreira (Igreja de Nossa Senhora do Bom Despacho). Com a sua morte (1862), extinguiu-se a organização comendatária na ilha de Santa Maria.
  17. ? FIGUEIREDO, 1990:67, 74.
  18. ? A passagem de Colombo por Santa Maria encontra-se registada em seu Diário de Bordo, no período de 1828 de Fevereiro de 1493. Foi objeto de estudo por Jacinto Monteiro, publicado na Revista Insulana sob o título “O episódio colombino da Ilha de Santa Maria”.
  19. ? Nesse ano, uma esquadra Francesa de nove embarcações de guerra, com muita gente de abordagem a bordo, capturou nas águas de Santa Maria, na altura da ponta do Cabrestante, um pescador. Este conseguiu evadir-se na altura das águas da Ilha de São Jorge, alcançando terra. A notícia chegou tão rapidamente à Terceira, e a preparação da defesa foi tão célere, que a esquadra corsária desistiu do intento de invasão, rumando rumo à Bretanha (FIGUEIREDO, 1990:75)
  20. ? A esquadra gaulesa era composta de três embarcações (um galeão, uma nau e uma zabra), de onde desembarcou uma força armada dearcabuzes. Após travarem diversos combates com os moradores, incendiaram a Vila do Porto. O capitão do donatárioPedro Soares de Sousa, para reforçar a defesa, solicitou ao cunhado, Rodrigo de Baeça, que pedisse socorro ao capitão de São Miguel, D. Manuel da Câmara, que de imediato remeteu homens e armas sob o comando do Sargento-mor Simão do Quental. Assim reforçados, depois de mais alguns dias de escaramuças, saques e destruições, feriu-se o combate de Santo Antão, após o qual os invasores reembarcaram, abandonando a ilha (FIGUEIREDO:1990:75). FERREIRA (s.d.) refere ainda que, antes do assalto, os corsários exigiram a Pedro Soares um pagamento de 50vacas, 20 porcos e 30 carneiros, para que não assaltassem e incendiassem a vila. Embora não se saiba se a exigência foi ou não atendida, o assalto teve lugar e foi dos mais devastadores de que há notícia na história da ilha (op. cit., p. 84). O mesmo autor estima um número dos invasores em cerca de uma centena, referindo ainda que, num dos recontros perdeu a vida, com um tiro de escopeta, Manuel de Sousa, filho de João Soares de Sousa. Matias Nuno Velho e Cristóvão Vaz Velho foram nomeados pelo capitão para liderar o contra-ataque mariense, fazendo recuar o inimigo que, na retirada, ia incendiando as casas. Entretanto, das embarcações desembarcaram mais corsários, assegurando-lhes a posse da Vila, o que motivou o pedido de reforços a São Miguel. Em dois dias chegaram armas e munições, que desembarcadas em Santana, permitiram reunir 250 homens em armas que lograram retomar a Vila. Vila do Porto havia sido saqueada durante três dias e incendiada. Ao terceiro dia, chegaram duzentos homens de São Miguel, sob o comando de Francisco Arruda da Costa, mas os corsários avisados da expectativa da chegada de reforços por escravo africano fugido, já haviam se retirado. (op. cit., p. 111-112).
  21. ? Os corsários, em duas embarcações, após intenso fogo de artilharia, desembarcaram no porto da Vila. Tão logo aproaram a terra, tentando a subida pela rocha da Conceição, foram acometidos pelo fogo dos defensores, sob o comando do capitão do donatário Brás Soares de Sousa e seu ajudante André de Sousa, secundados pelo padre Manuel Curvelo Resende (instituidor do Recolhimento de Santa Maria Madalena), que com a imagem de N. Sra. da Conceição nas mãos exortava à defesa. Narram as fontes que as perdas dos atacantes foram de tal ordem que a retirada se deu em completa desordem, com muitos feridos e afogados, deixando para trás barcaças, grande número demosquetesalabardas, além de uma trombeta, que serviu para alardear a vitória dos defensores (FIGUEIREDO, 1990:75-76; FERREIRA, s.d.:112).
  22. ? Em 7 de Julho de 1616, um navio e dois patachos transportando cerca de 500 muçulmanos, partiram da costa de Argel para atacar naus daCarreira da Índia. Sem sucesso, dirigiram-se à ilha de Santa Maria, fundeando no Sul e na Praia. O nome do seu capitão é referido como Tabaqua-raz, um renegado genovês, que, durante uma semana saqueou e incendiou os lugares costeiros, inclusive o Convento de São Francisco, fazendo grande número de prisioneiros, vendidos como escravos no Norte de África. Na ocasião, muita gente escondeu-se na furna de Santana à espera de socorro de São Miguel (FIGUEIREDO, 1990:76) tendo sido destruído o sistema de água da vila do Porto, conforme Provisão Régia de 1744, deferindo o pedido dos moradores para a construção de uma nova fonte: “Porque entrando os Mouros na dita vila [do Porto] havia mais de cem anos, destruíram as arcas e condutas por onde vinha a dita água de sorte que nunca mais entrou na dita vila.” Na ocasião terão sido escravizadas 202 pessoas. FERREIRA (s.d.) informa que entre os cativos destacavam-se os nomes de D. Jordoa de Sousa Faleiro (neta do 3º capitão do donatário), o padre Vicente Borges de Vasconcelos (vigário na Matriz de Vila do Porto), o padre Belchior Barreto Homem (religioso da Igreja de Nossa Senhora da Vitória), frei Sebastião de São Francisco e frei Manuel de São Francisco, também resgatados. O padre Manuel Fernandes Velho (vigário de Santa Bárbara) veio a falecer no cativeiro. Terá sido na ocasião deste ataque que Pero Soares de Sousa terá feito o voto de erguer a Ermida de Nossa Senhora do Livramento. (op. cit., p. 114)
  23. ? Este assalto é atribuído a descuido dos sentinelas. Os mouros desembarcaram a coberto da noite, no lugar dos Anjos, tendo saqueado aErmida de Nossa Senhora dos Anjos, violado mulheres e feito onze cativos, entre mulheres e crianças. (FIGUEIREDO, 1990:76) A data do assalto foi a noite de 1 para de Setembro. (FERREIRA, s.d.:114)
  24. ? FIGUEIREDO, 1990:77. Ver ainda: RIBEIRO, José Rodrigues. Dicionário Corográfico dos Açores. Angra do Heroísmo (Açores): SREC/DRAC, 1979. 326p. tabelas. p. 268.
  25. ? FIGUEIREDO, 1990:77.
  26. ? FIGUEIREDO, Jaime de. Ilha de Gonçalo Velho: da descoberta até ao Aeroporto (2a. ed.). Vila do Porto (Açores): Câmara Municipal de Vila do Porto, 1990. 160p. mapas, fotos, estatísticas.
  27. ? “Calafona”, aportuguesamento da pronúncia da palavra inglesa “California”, nomeadamente após a Corrida do ouro na Califórnia de 1848 a1855. Emigrantes açorianos começaram a dirigir-se sistematicamente para os EUA em meados do século XIX, onde dedicaram-se a atividades ligadas à pesca, à indústria têxtil, à pecuária e à pequena indústria.
  28. ? À época, a ilha era ligada às demais do arquipélago e ao Continente, uma vez por mês, pelo vapor que fazia a carreira Lisboa-Açores. Nos meses de Verão, semanalmente, contava com os barcos que a ligavam a Vila Franca do Campo.
  29. ? SOUSA, José de. A História da Imprensa em Santa Maria. Boletim Renovar, Fev. 1980.
  30. ? O “Arnel” foi construído em 1955 nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo com 57,18 metros de comprimento (boca: 10,06 m , calado: 3,66 m), tinha capacidade de acomodação para 18 passageiros na classe turística e para 126 em 3ª classe. As vítimas foram: Pe. Artur Brandão, Maria Encarnação Machado, Vidália Maria Paiva Cabral Melo, Maria da Encarnação Chaves, Maria Cizaltina Costa Galego, Maria Conceição Sousa Bairos, Angelina Augusta Cabral, Joaquim Soares Melo, Carlos Manuel Costa Dutra, José Manuel Amaral Soares, José Joaquim (tripulante). Foram dados como desaparecidos na ocasião: António Medeiros Brilhante, Manuel Sousa Borges José de Sousa e José Joaquim Pacheco. in Quinquagésimo aniversário do naufrágio do “Arnel” Consultado em 5 Out 2010.
  31. ? Carta Arqueológica Subaquática dos Açores Consultado em 21 fev 2011.
  32. ? VIEGAS, José de Chaves. Naufrágio do navio-tanque “Velma” em Vila do Porto foi há 50 anos. O Baluarte de Santa Maria, ano XXXVIII – 2ª Série, 18 de fevereiro de 2011, nº 404. p. 8.

Bibliografia

  • FERREIRA, Adriano. Era uma vez… Santa Maria. Vila do Porto (Açores): Câmara Municipal de Vila do Porto, s.d.. 256p. fotos p/b cor.
  • FIGUEIREDO, Jaime de. Ilha de Gonçalo Velho: da descoberta até ao Aeroporto (2a. ed.). Vila do Porto (Açores): Câmara Municipal de Vila do Porto, 1990. 160p. mapas, fotos, estatísticas.
  • FIGUEIREDO, Nélia Maria Coutinho. As Ilhas do Infante: a Ilha de Santa Maria. Terceira (Açores): Secretaria Regional da Educação e Cultura/Direcção Regional da Educação, 1996. 60p. fotos. ISBN 972-836-00-0
  • MONTEREY, Guido de. Santa Maria e São Miguel (Açores): as duas ilhas do oriente. Porto: Ed. do Autor, 1981. 352p. fotos.

Ver também

Ligações externas

Commons possui uma categoriacom multimídias sobre Ilha de Santa Maria

Galeria de fotos

  • Divino Espírito Santo (Santa Bárbara, 2008)

  • Biscoitos de Orelha

  • Pão caseiro

  • Antigo carro de bois

  • Talhões

  • Talhão

  • Antiga cerâmica utilitária

  • Unidade de turismo de habitação

  • Marina de Vila do Porto (2008)

  • Mergulho na baía da Praia

     

    Fonte: Wikipédia

 

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