Marco Demontis -Velejador Italiano com dificuldade em terminar a viagem da sua vida

Marco Demontis é um velejador italiano de passaporte, nascido em Wolfsburgo na alemanha em 1968, filho de pai da Sardenha, de tenra idade está por sua conta e vive de pequenos trabalhos, especialmente em electricidade. Chega ao Mónaco e aos 20 inscreve-se numa escola de vela, inscrição paga com donativos; Marco coloca na morada do formulário de inscrição “estação de Mónaco e na verdade é por lá que dorme. É uma figura estranha e solitária, permanecendo em silêncio nalgumas questões.

Conheci Marco há 2 meses, o seu warship 725 já muito gasto e sem condições de navegar está parado na Marina de Vila do Porto há 6 meses, Marco não tem dinheiro para reparações, conta-me que nas Caraíbas foi roubado e lhe levaram o pouco que tinha, incluindo computador portátil e instrumentos de navegação, mais os parcos euros que lhe restavam no bolso. Conseguiu navegar até aos Açores, pelos astros, muitas vezes à deriva, mas conseguiu chegar às Flores, pensando estar a atracar no Faial, mas na palavras do próprio “também serve” serve anche; não conta como veio para Santa Maria nem porquê, mas cá está tentando regressar a Itália, as autoridades não permitem que saia sem o mínimo de condições, já tem um computador industrial velho que conseguiu por a funcionar, com alguma boa vontade lá vai sendo alimentado por uma IPSS local, tomar banho nas casas de aprestos dos pescadores e com a ajuda de outros velejadores acalenta a esperança de partir.

Já viajou pelo Mediterrâneo, foi até Holanda e percorreu os seus canais, Bélgica, Inglaterra, Irlanda e Espanha são mares já navegados, no entanto Portugal tem sido o seu maior pesadelo quando em Outubro de 2006 o barco que tinha teve graves problemas a 70 milhas de Leixões, sem dinheiro para acostar com o “Orion” anda 10 dias à deriva até que a previdência que lhe valeu e um pescador de Portimão o resgatou, mas o Orion não teve salvação.

Marco regressa a Génova onde sonha voltar ao mar o mais rápido possível. Em Abril de 2008 consegue adquirir o Saturn de 7.25 metros a sua casa actual. Aventura-se nas águas interiores da Alemanha e Holanda e vai até à fronteira da República Checa. Em Junho desse ano regressa ao mar no porto de Ijmuiden na Holanda.

Marco está há anos como um vagabundo solitário sobre o mar, não é um marinheiro convencional mas sempre tem chegado ao destino, em 2010 foi entrevistado pelo jornal de vela italiano “giornale del la vela“, de onde fiquei  saber o que Marco não fala, no seu percurso desde então o jornal tenta seguir a sua viagem, tendo tido notícias dele na sua chegada ao Brasil, posteriormente em 2015 na Martinica, em 2016 em San Martin nas Caraíbas, em 2017 chega aos Açores onde permanece à espera de reunir as condições mínimas para partir para Espanha e posteriormente acabar a viagem do “Saturno” em Sanremo Itália.

As fotos que vos deixo elucidam a aventura que será concluir esse percurso, uns amigos meus que levei a conhecer Marco, ficaram tão sensibilizados pela sua história, pelo seu desprendimento, que sugeriram criar um crowdfunding, para ajudar Marco a concluir a sua jornada de regresso, mas Marco não tem conta bancária sequer, a ajuda a Marco tem de ser em dinheiro vivo entregue ao próprio, só assim conseguirá reparar e preparar o velho warship 725 de nome Saturno e regressar às origens. Para planear o seu sonho de encontrar uma ilha remota no pacífico e viver com uma tribo indígena.

Porquê ajudar Marco? Ele vendeu tudo que tinha, apostou na compra de um barco “sucata” e escolheu alienar-se do mundo numa aventura solitária e perigosa. Justamente por isso, a sua “simplicidade” não permite que viva num mundo burocrático, ama a liberdade que o embalo das ondas lhe proporciona, a vida de andarilho, sem rumo, sem obrigações e dependente da caridade alheia, para chegar ao próximo porto, ou não caso o barco saia como está, temo que Marco se junte às estatísticas de marinheiros solitários desaparecidos no mar.

Ajudem o Marco Demontis a realizar a ultima etapa da sua jornada e voltar ao seu país de passaporte, já que certamente continuará a dormir no seu warship Saturno para o resto dos seus dias, planeando novas viagens e aventuras, mas coloque-se no lugar dele, perdido, num país estrangeiro que não tem nada que ajudar o Marco, resta-lhe a caridade individual de cada pessoa que passe por Santa Maria e o ajude com um donativo para ele conseguir a quantia necessária para pagar o aluguer da Marina, as reparações do barco e os mantimentos para a viagem. É um gesto bonito, dar sem olhar a quem e sem esperar nada em troca; se bem que Marco dirá um “grazie mille” e levará boas recordações para contar mundo fora sobre os Marienses.

Divulguem e traduzam noutras línguas para que mais pessoas possam ajudar Marco Demontis

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